12 novembro 2005

Andreia Nunes, «tu sonhas-me, e eu a ti...»

A Lisboa que tenciono representar, é a Lisboa das histórias e dos poemas, a Lisboa personificada. No entanto esta fantasia parece estar sempre ligada à realidade, não sendo esta situada num espaço temporal preciso, pa rece te r vestígios de um passado repleto de tradições e costumes. Não estando de todo presa a ele mantém sempre em vista o que está pela frente, tornando-se por completo intemporal.
Como base desta ideia penso que está toda a minha vivência em Lisboa e esta imagem que dela tenho desde que me lembro de a imaginar, é a Lisboa de Ary do Santos, dos poemas que lia enquanto criança e das cantigas que todos conhecemos, tão marcantes que todos conhecem Lisboa como ‘menina e moça’.
Mas para além da imagem generalizada também senti a necessidade de representar algo mais íntimo, algo que representasse a ligação que sinto com a cidade, que fizesse com que me aproximasse mais do projecto. Desde criança que me lembro de histórias de uma grande amiga da minha avó, a D. Alice, lembro-me sempre das fotografias na sua tão típica casa Lisboeta e de uma em especifico que fez com que decidisse representá-la como Lisboa neste trabalho.
Outro motivo é o facto de ter a hipótese de utilizar objectos pessoais seus, entre os quais as cartas que o seu amante lhe escrevia ao longo dos anos. Aproveitando tudo isto e, tanto quanto possível, estou a utilizar nas minhas imagens os seus objectos e outros da mesma época e alguns elementos que tenham significado para mim para representar um dia na vida desta personagem.
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